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RESENHA: "The Circle Brasil"

Atualizado: 4 de mai. de 2020


The Circle Brasil está disponível na Netflix e tem 12 episódios | Foto: Reprodução / Instagram


Por: Lucas Eliel


Quando fiquei sabendo que o "The Circle Brasil" tinha estreado na Netflix, depois das edições no Reino Unido e nos Estados Unidos, inicialmente não tive muita empolgação, simplesmente pelo fato de eu ter um sério problema: começo a assistir as coisas, não termino e depois fico com sentimento de culpa por ficar com tantos shows acumulados. A ideia de mais um para esta lista definitivamente não era atrativa. Após o imenso burburinho nas redes sociais, com vários comentários sobre os participantes, a curiosidade venceu e lá estava eu com a minha pipoca imaginária assistindo o primeiro episódio. A ideia do game de fato te deixa instigado.


No programa, oito pessoas ocupam um prédio, em diferentes apartamentos, e a única forma que eles podem se comunicar uns com os outros é por meio de uma plataforma ativada por voz, o Circle, semelhante a uma rede social. Nele ´é possível colocar fotos, status, nome, idade, profissão, entre outras informações. O game é comandado pela atriz e apresentadora Giovana Ewbank e cada episódio tem em média 45 minutos.


No "The Circle", o prêmio final é de R$ 300 mil e leva a melhor quem consegue se destacar mais na rede com as interações. Pode parecer fácil, mas na verdade tudo é muito difícil porque uma simples foto escolhida de forma errada pode acarretar na saída do participante por conta das impressões dos outros jogadores


Isto porque a cada um ou dois dias os players vão se rankeando do primeiro ao último colocado. Os dois que alcançarem o topo se tornam influenciadores e fica a cabo deles decidir quem fará as malas e sairá do jogo. Com o adeus de um, outro participante entra e assim o jogo vai prosseguindo.


Fakes e a caça


Como cada pessoa está isolada, o Circle permite que os participantes possam fingir alguém que não são — os famosos fakes. Esta alternativa é muito interessante porque carrega uma certa crítica social. Uma das jogadoras iniciais, Paloma, é lésbica, negra, e mais masculinizada. Na percepção dela, só será possível suceder no game se ela for alguém mais aceito socialmente, no caso, um homem hétero branco que atende pelo nome de Lucas.


Há também no "The Circle" aqueles vão pelo caminho contrário e escolhem jogar sendo quem realmente são. Acho esta segunda opção a mais fácil porque as interações entre os participantes acontecem várias vezes ao longo do dia e os fakes têm o desafio de reagir no Circle não como eles reagiriam, mas sim como o personagem que criaram.


Um dos momentos mais engraçados neste sentido é quando um dos jogadores fakes diz ser uma mulher, Ana, que escreveu por muito tempo sobre famosos, mas em uma das dinâmicas do jogo ele erra o nome de duas cantoras do Brasil. O estranhamento dos outros participantes é nítido e eles já ficam com a pulga atrás da orelha se a escritora realmente é quem diz ser.


“Ana” é uma das fakes do The Circle Brasil | Foto: Reprodução / Instagram


A dúvida permeia a dinâmica do game, pois os jogadores acabam unindo forças para descobrir quem no jogo não está sendo totalmente verdadeiro, uma caças ao fakes. Isso tira um pouco do foco do show porque no final das contas ele é sobre popularidade, não sobre quem mente menos.


Variedade de jogadores e de #hashtags


Um dos pontos mais legais no "The Circle" foi é a variedade de sotaques e de linguagens entre os jogadores, algo tão forte na edição dos Estados Unidos, por exemplo. Tem gente de quase todas as regiões do país, o que dá um toque muito legal e traz identificação entre os players. Entre todas as pessoas, a minha favorita é a Marina, do Rio de Janeiro. Acho incrível o jeito de ser dela, sempre contagiando com a sua alegria.


Agora, uma coisa na qual definitivamente me trouxe #incômodo foi o uso repetitivo e exagerado de hashtags durante o show. Várias são impossíveis defender. Parece que toda vez que os jogadores soltam uma frase, um joguinho da velha deve estar no final.


Esta tendência de repetição é o elo fraco do programa porque em alguns momentos, — vejam a ironia — parece que ele roda em círculos e círculos de narrativa. Por vezes eu só não aguentava mais todos os takes mostrando os jogadores conversando no chat privado, e queria só ver o momento no qual eles iriam para a parte do ranking, onde a coisa pega fogo.


O detalhe, no entanto, não impede que o "The Circle" seja uma ótima opção para assistir na quarentena. Dá para torcer, rir, se surpreender, ficar com raiva. Um mix de emoções que cumpre bem a principal missão de um show: entreter.


Nota: 4/ 5


Confira o teaser oficial de The Circle Brasil:



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